No Rio João de Tiba, a marca da Veracel não é progresso. É óleo, cheiro de morte e indignação popular. A comunidade de Santo André amanheceu com a água poluída e a praia marcada pelo descaso. A empresa, como sempre, tentou se esquivar com uma narrativa pronta: o navio estava parado apenas para uma instalação elétrica. Que conveniente! Que desculpa frágil diante de olhos que viram e narizes que sentiram.
Não é a primeira vez que a Veracel afronta a natureza. E não será a última, se a impunidade continuar. A cada episódio, cresce a sensação de que a vida vale menos que os interesses corporativos. O óleo que boia no rio é o retrato da arrogância de uma empresa que trata comunidades como detalhe descartável.
A Marinha, o Inema e a Secretaria de Meio Ambiente foram acionados. Mas de que adianta a burocracia se não há punição? Até quando vamos aceitar relatórios técnicos em vez de responsabilização criminal? A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Marinha de Coroa Alta não pode ser palco para experimentos de negligência.
Os moradores já não suportam viver à sombra da Veracel. O recado está dado: ou se age agora, com firmeza, ou o próximo episódio será ainda mais devastador. A paciência acabou, e o rio grita por justiça.
Por Redação
