A Delegacia Territorial de Prado, na Bahia, está investigando a morte do indígena João Celestino Lima Filho, de 50 anos, que foi baleado durante um conflito em uma fazenda localizada no território disputado da Aldeia Reserva dos Quatis, na madrugada da última sexta-feira (4).
Segundo a Polícia Civil, o grupo indígena teria invadido a fazenda com o objetivo de retomar a área pertencente ao território tradicional Comexatibá. Os indígenas afirmaram que estavam desarmados e apenas realizavam manifestações culturais em frente à sede da propriedade quando foram surpreendidos por tiros disparados por dois homens.
Os suspeitos alegam que foram atacados por pessoas armadas com pedaços de madeira e facões, o que justificaria os disparos em legítima defesa. Um dos homens envolvidos sofreu ferimentos e prestou depoimento à polícia, que apreendeu a arma utilizada — uma pistola legalizada com três munições deflagradas.
João Celestino foi levado à UPA de Prado e depois ao Hospital Regional Costa das Baleias, em Teixeira de Freitas, onde morreu no sábado (5). A polícia trata o caso como tentativa de homicídio, esbulho possessório com uso de violência e lesão corporal.
O episódio reacende o debate sobre conflitos fundiários e os direitos dos povos indígenas no Brasil. A região já acumula diversos registros de tensão entre indígenas e fazendeiros nos últimos anos. A polícia segue investigando, mas ainda não efetuou prisões.
