A morte de Wanda Chase, na noite de quarta-feira (2), representa não apenas a perda de uma jornalista experiente, mas de uma verdadeira embaixadora da cultura negra na Bahia. Após complicações durante uma cirurgia de emergência para tratar um aneurisma da aorta, Wanda faleceu em Salvador, aos 62 anos.
Sua trajetória na comunicação foi marcada por pioneirismo. Em quase três décadas na TV Bahia, ela se destacou por dar espaço à cultura afro-brasileira, religiosidade de matriz africana, e histórias invisibilizadas da população negra. Ao longo de sua carreira, Wanda somou 45 prêmios jornalísticos e tornou-se referência para novas gerações de comunicadores.
Nascida no Amazonas, chegou à Bahia em 1991. Antes disso, passou por grandes veículos como Rede Manchete, Globo Nordeste e TV Cabo Branco. Após se aposentar da televisão, continuou ativa, escrevendo colunas para o iBahia e atuando em podcasts com temáticas sociais.
Em 2002, foi reconhecida como Cidadã Soteropolitana. E, neste ano, teria recebido o Título de Cidadã Baiana da Assembleia Legislativa, homenagem adiada devido ao agravamento de sua saúde.
A jornalista vinha enfrentando problemas desde uma virose, que evoluiu para infecções urinária e intestinal, culminando no diagnóstico do aneurisma dissecante da aorta. A cirurgia começou às 17h e a morte foi confirmada cerca de seis horas depois.
O enterro ocorrerá no sábado (5), no Cemitério Campo Santo, em Salvador. Wanda Chase deixa um legado de luta por igualdade racial, valorização da cultura negra e ética no jornalismo. Sua ausência será sentida em redações, movimentos sociais e nas comunidades que ela tanto representou e defendeu.
